O Oumuamua é o primeiro asteróide interestelar a chegar até nós.
Um asteróide de outro sistema solar está nos visitando. Se você está se perguntando “e daí?” saiba que isso é uma coisa que nunca foi registrada antes!
Além de ser um evento, digamos, único, esse visitante é considerado pelos astrônomos muito estranho. Todos os pesquisadores apontaram seus telescópios para o corpo interestelar errante e agora, segundo os astrônomos, detalhes super exitantes estão sendo revelados.
O interessante visitante já recebeu um nome: Oumuamua (mas sua designação oficial e muito mais científica é 1I / 20017U1). Esse asteróide foi detectado pela primeira vez, no final de Outubro, pelo telescópio Pan-SARRS1 que está montado no Havaí. Logo que viram esses pequeno astro errante, os astrônomos calcularam a sua trajetória e sua velocidade e concluíram, surpresos, que se tratava de um visitante extra solar.
Os astrônomos primeiramente pensaram que o Oumuamua se tratava de um cometa, porém suas características não eram de cometa; quando os investigadores eliminaram todas as chances do visitante ser um viajante de cauda, tiveram que categoriza-lo como um asteróide. Foi a primeira vez que um cometa virou asteróide!
O Omuamua tem ainda outras características interessantes: os primeiros cálculos de trajetória sugeriam que ele vinha de Vega, uma estrela da constelação de Lyra. Mesmo viajando a 95 mil quilômetros por hora ele teria que levar 300 mil anos para passar agora pela Terra. Porém surge um pequeno impasse: A 300 mil anos atrás, Vega não estava no mesmo lugar que deveria estar para ter enviado o seu asteróide viagente.
Os Astrônomos ficaram tentados, então, a acreditar que o pedregulho está viajando por centenas de milhões de anos pelo espaço sem ligação com qualquer sistema solar.
“Durante décadas, nós teorizamos que tais objetos interestelares estão lá fora, e agora – pela primeira vez – temos provas diretas de que existem”, disse o astrofísico Thomas Zurbuchen da NASA. “Esta descoberta está abrindo uma nova janela para estudar a formação de sistemas solares além do nosso”. Acrescentou.
Logo que o Oumuamua foi descoberto, todos os grandes telescópios cravaram seus potentes olhos nele; as imagens obtidas e combinadas posteriormente permitiram identificar uma escala de brilho de fator 10 a cada 7,3 horas, combinando sua rotação em torno de seu próprio eixo. O que isso quer dizer? Pois bem, nenhum asteróide no Sistema Solar varia tão amplamente em brilho.
“Esta variação excepcionalmente grande no brilho significa que o objeto é altamente alongado e largo, com uma forma complexa e enrolada”, disse Karen Meech, do Instituto de Astronomia do Havaí. “Nós também descobrimos que tinha uma cor avermelhada, semelhante aos objetos no Sistema Solar externo, e confirmou que é completamente inerte, sem a menor quantidade de poeira ao redor”. Com esses dados os cientistas podem dizer que Oumuamua é constituido de material denso, como pedra e possivelmente metal, não tem água ou gelo e sua vermelhidão é provavelmente resultante de centenas de milhões de anos de viagem pela Via Láctea.
O visitante inter estrelar passou pelo Sol no dia 9 de setembro a uma velocidade de 315 mil quilômetros por hora e agora está saindo do Sistema Solar. A partir do dia 20 de novembro reduziu sua velocidade para 138 mil quilômetros por hora; esta redução é devido aos efeitos gravitacionais de corpos muito maiores, como o Sol.
Em maio de 2018 o Oumuamua passará pela órbita de Júpiter e só em Janeiro de 2019 ele passará por Saturno. É um viajante que nunca mais teremos notícia. Passou por aqui e seguiu caminho para o infinito. Os cientistas continuarão a acompanhá-lo até que os telescópios não consigam mais vê-lo.Δ
Com informações Nature
Focou??? Fúlvio Garcia
Imagem: Impressão do artista de ‘Oumuamua (European Southern Observatory / M. Kornmesser)
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