Cuzco e Machu Picchu

Cuzco e Machu Picchu

Inka twelve corner Stone
Aproveitando que meu trabalho em Lima no Peru, terminava em uma Sexta-Feira, decidi nesta última viagem que fiz pela América Latina, passar o fim de semana visitando Cuzco e e conhecer Machu Picchu, a cidade perdida dos Incas.
Poderia ficar aqui contando muitas estórias do que foi a fantástica civilização Inca, capaz de erguer templos e palácios que deixam até hoje historiadores, arqueólogos e arquitetos, boquiabertos pela engenhosidade de seus feitos e pela incrível capacidade que este povo tinha para construir com grandes blocos de pedra. A precisão de seus complexos entalhes pode ser vista até hoje, nas belíssimas ruínas remanescentes de Cuzco e Machu Picchu.
Os Incas eram exímios trabalhadores da pedra e ao contrário dos egípcios que talhavam o granito em ângulos retos e superfícies planas, os nativos dos Andes, poliam as pedras em curvas suaves, ângulos complexos sem com isso deixar de fazer encaixes perfeitos entre os blocos. Era uma técnica muito mais difícil de ser dominada do que a dos planos precisos usados pelos dos Egípcios. Um dos mais famosos exemplos dessas habilidades é a pedra de 12 ângulos, uma das atrações mais visitada em Cuzco, e que apesar das múltiplas facetas que tem, esta pedra está perfeitamente encaixada na parede do que foi o templo do Sol. Fotografei essa famosa pedra, mas entre minhas andanças por Cuzco, acabei por descobrir em uma viela perdida algo inacreditável: Uma pedra com 14 ângulos! Desta última ninguém fala, mas para provar sua existência fica aqui também a foto que tirei.
The less known 14 corner stone
Para quem quiser saber detalhes sobre os Incas e de como uma centena de conquistadores espanhóis, liderados por Francisco Pizarro, foram capazes de dominar e se impor a milhões de nativos, destruindo em poucos anos o riquíssimo império Inca, sugiro como ponto de partida ler este pequeno artigo na Wikipedia.
Cuzco foi a grande capital do Império Inca e após a conquista espanhola, templos e palácios Incas foram destruídos para demonstrar aos conquistados que o deus Cristão era mais poderoso que os deuses andinos. Assim sobre as ruínas Incas de Cuzco, surgiram palácios e catedrais de pedra cujos altares de ouro e prata são até hoje testemunhos do que foi a riqueza daquele império.
Cuzco transformou-se então na capital do Vice-Reino do Peru e durante quase trezentos anos, seria a capital mais importante das Américas, e Machu Picchu, uma das cidades das tantas cidades do império, ficou esquecida e perdeu-se nas florestas tropicais que cobrem aquelas alturas dos Andes. Foi somente em 24 de julho de 1911 que o aventureiro professor da Universidade de Yale, Hiram Bingham, redescobriu e apresentou ao mundo Machu Picchu. Todos aqueles que assitiram aos filmes de Indiana Jones vão perceber de imediato em quem e no que Steven Spilberg foi buscar inspiração para compor o famoso personagem.
The Inka FlagHoje Cuzco e Machu Picchu, são centros de turismo e peregrinação para gentes de todo o mundo. Há os que aqui vêm para simplesmente ver e há os místicos que vem a esta região para encontrar entre os nativos enigmáticos e as majestosas montanhas, a energia da terra mater. Indígenas perambulam pelas ruas e mercados populares, com seus trajes típicos colorido, a mercadejar frutas, raízes e verduras, mantendo as mesmas tradições do grande império Inca. Em Cuzco, o mercado parece nos levar ao passado e se vêem os Incas de hoje a falar o mesmo Quéchua, exatamente como o que se ouvia nas ruas de Machu Picchu há 500 anos.
Deixo com vocês, algumas das fotos que tirei dessa região e desse povo, que muito embora tenha sido conquistado e quase destruído, conseguiu entre os meandros da história, manter um pouco de suas tradições e riquezas culturais. De conquistados, este povo está conseguindo através da sofrida preservação de seus costumes, trazer de volta um pouco do que foi a grandiosidade do Império Inca. Como prova desta sutil reconquista, encontrei a tremular solene sobre Cuzco, a bandeira multicolorida do Império Inca

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